CANTO AFORTUNADO
Homenagem ao servo astral "The Fortunate", tal poesia é fruto de uma "viagem" que tive ao meditar com o sigilo do mesmo.
Imagens: Thyago Roger, Rute San e David Alves Mendes
Poesia: David Alves Mendes
Produção e Edição: Bune Produções
[...]
Olho a fumaça que traça formas pelo ar,
aroma
de incenso, em instante paro e me ponho a pensar,
palavra,
pensamento e ação,
tríade
a se encaixar.
O
fluxo de energias, o sentimento, se transmutam em canção,
carvão,
pedra bruta lapidada, cantada poesia
que
irradia do vazio que vede,
o
corpo, a mente, a sede do coração,
arte
nossa de cada dia a harmonia da expressão.
Compressão
e expansão, lúcida compreensão,
ao
inspirar me inspiro, e expiro para o mundo concreto, o abstrato,
pintura
de um retrato exterior, reflexo do íntimo, mais profundo interior,
perante
a obra, pasmo, em um puro entusiasmo
a
contemplo em frações de instantes, sem resquícios de vaidade,
entre
a dor e o prazer, um relâmpago, orgasmo de criatividade
a
desaguar no mar da totalidade, essência, cosmogonia,
o
caos em ordem e sincronicidade, fora de qualquer anacronia.
Na
solitude de um lobo em terreno calmo e prado,
as
pálpebras caem, sinto-me vasto, extenso, completo e afortunado.
Escuridão,
o silêncio guia em sua (in)audível maestria, me calo,
sem
mover os lábios falo, em alto som e alto astral:
“consciente,
vago pelo microcosmo, meu universo pessoal”.
Conectadas
energias, brilho de velas, sigilos, luminosa espiral,
luzes
amenas, cantos, acordes e encantos,
som
intuitivo, sinestesia, o violão aos prantos,
simbiose
transcendental.
Fé
para mover universos que se vão
na
correnteza coordenada de órbitas mutáveis,
percorrendo
caminhos inimagináveis de túneis
nem
sempre estáveis, porém calculados.
A
natureza abraça, enlaça e traça um rumo espiralado,
um
círculo dentro de um círculo, a evolução inevitável,
o
crescimento, próspero e infindável,
a
consciência e seu canto: Afortunado.
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